terça-feira, 29 de junho de 2010

A vida é como uma caixa de bombons...


Num segundo tudo pode mudar... e a partir desse momento... será sempre:
- antes de...
- depois de ...

Há decisões que são pensadas, desejadas, planeadas, podendo ser ou não as decisões certas para a vida, serão certamente as decisões acertadas para aquele momento de vida.

Porém existem acontecimentos alheios à nossa vontade que alteram a nossa vida para sempre, sem que estejamos à espera...
Sem o desejarmos...
Sem o sonharmos
Sem o escolhermos.

São as doenças, as mortes, as paixões...
Há de tudo, tudo de bom e tudo de mau...

Porque nos apaixonamos por alguém que se cruza na nossa vida, inesperadamente, se não desejamos ter ninguém na nossa vida, se não desejamos voltar a partilhar o corpo, a casa, a alma... porquê?
Se não desejamos nem a paixão, nem o amor, nem sexo... de onde surge este sentimento que nos transforma, nos transtorna?
Porque tudo muda ao redor? Tudo se revela num misto de cor, brilho, alegria e música?
Nada é igual ao que era.
A chuva, o sol, o vento, a terra, o céu..
Com a paixão vemos melhor o belo, o bom, o agradável..
Sentimos compaixão, ternura, carinho por tudo e todos os que nos rodeia..
Somos pessoas melhores, pessoas maiores.
Os nossos sentidos apuram-se!
O cheiro, o toque, o sabor...


O sol brilha e aquece-nos a alma.
O vento sopra... uma brisa... uma ventania...
Um turbilhão de sentimentos, de sensações, de desejos
Tira-nos o chão, tira-nos o sono...

A vida num sonho,
um sonho na vida

sábado, 26 de junho de 2010

cavaco /SARAMAGO

Já estou farta, fartíssima de ouvir toda a gente a falar da ausência do Cavaco nas cerimónias fúnebres do Saramago.
Falam mal do Sr. Cavaco Silva não ter estado presente.
Falam mal do Presidente da República não ter estado presente, de não ter interrompido as férias.

Não gosto do Cavaco.
Qual a lógica do homem ir ao funeral?
Se lá tivesse ido seria pura hipocrisia.
Todos os que falam mal agora, mais todos os outros que se abstêm de comentar a sua atitude, diriam que o homem era hipócrita.

Pela 1ª vez acho que teve uma atitude correcta, coerente.
Não foi hipócrita e respeitou o GRANDE SARAMAGO.
Não sei se foi sua a iniciativa ou se foi aconselhado mas foi a atitude correcta.

Judas e hipócritas é o que mais há por aí.

Mãe,
Tenho saudades tuas.
Fazes-me falta.

Sempre que precisava desabafar
Ia a tua casa,
Quase sempre não dizia nada
Ouvia-te.

Nos nossos pequenos encontros,
Por vezes silenciosos,
Dizíamos tanto não dizendo nada.

Adivinhávamos as tristezas e inquietudes uma da outra
Nunca conseguimos esconder as arrelias e as alegrias uma da outra
Eramos quase a mesma pessoa.

Sinto falta do teu olhar brilhante,
Caridoso.
Da tua visão do mundo,
Do teu sorriso triste
Das tuas rugas...
Marcas de cada lágrima,
Cada sorriso,
Cada zanga,
Cada gargalhada,
Cada preocupação.

Tenho saudade das tuas mãos, mãe.
Da tua força,
Da tua persistência,
Da tua teimosia,
Da tua vontade de caminhar,
de mudar.
Da tua revolta...
Da tua inteligência,
Da tua perspicácia.

Tenho saudade da tua voz, mãe.

São tantos os dias
Em que quero telefonar-te, mãe.

Há em mim um vazio,
Cheio de esperança que estejas bem.

Tenho saudade do teu amor, mãe.

Mãe,
Será que és um passarinho?
Lembras-te?
Sempre disseste que gostavas de ser um passarinho,
De ter liberdade, de voar, de saltitar,
de alegrar a vida dos outros com a tua existência.

Voa, mãe, voa!!!!

INDIFERENÇA


Na vida só vale a pena o que for vivido a 100% (no mínimo).
O momento, o presente tem de ser vivido com entrega total e consciente.
A entrega tem de ser emocional, física e consciente.

Viver por viver...
Falar por falar...
Telefonar por telefonar...
Namorar por namorar...

Quando os actos diários não correspondem ao que se diz, não são coerentes.
As palavras passam a ser apenas palavras, ficam sem contexto, não têm suporte.
O acto, a atitude, o gesto, o carinho "falam" mais do que muitas palavras.
Muitas palavras parecem justificações, quando sentimos necessidade de justificar ao outro o que fizemos ou o que não fizemos .... hum ... hum...
Nos bons momentos e nos maus momentos só contam os que estão presentes, os que se entregam, os que estão disponíveis.
Quando se perde a oportunidade de um momento (cada momento é único, não volta mais) não há volta a dar.
Depois da morte não vale de nada lamentar o que não se viveu, o que não se disse, o que não se fez.
É preciso ter consciência do que se tem hoje e que o hoje é irrepetível.
Não nos podemos esquecer que, se precisamos do outro, o outro também precisa de nós e que a vida é feita de partilha, de cumplicidades, de sorrisos, de lágrimas (umas vezes de alegria e outra de tristeza), de silêncios, de risos, gargalhadas...
Se não precisamos do outro, se não partilhamos...
A nossa vida é tatuada pelos que amamos, nos rodeiam, pelos que partilham, pelos que nos tocam a alma, sejam família, amigos ou desconhecidos.
Podem tocar-nos o corpo e não nos tocar a alma e podem tocar-nos a alma sem que alguma vez tenham tocado o nosso corpo.
No nosso coração devem viver aqueles que amamos, que respeitamos e que nos respeitam.
Ser uma peça do puzzle, cujas peças estão espalhadas, esquecidas ou guardadas...
Ser o "pneu" de socorro que faz falta quando se tem um furo ou "quando se quer um furo".

Podemos ter todas as diferenças mas não indiferenças.
Quando se é esquecido, ignorado de uma forma repetida já não vale a pena.
Que se salve o que se puder salvar mas insistir, não!
A espontaneidade quando se esvai...
A distância interior, dos sentimentos é impossível de inverter.
Não há mar, nem firmamento que se lhe comparem.

Não devemos amarrar ninguém.
Devemos soltar, dar liberdade.
Mas se o outro na sua liberdade e na liberdade que lhe damos não nos procura, não nos escolhe, não partilha...
Está noutra!!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

SER SANGUE




A vida numa gota
valiosa
maravilhosa
num momento tudo se esvai
Sem valor
NADA...

Num dia anti-coagulante
No outro,
tudo se desfaz em tons de vermelho.
Sanque azul?
nada...
vermelho
vermelho paixão
vermelho povo!
O que dá vida num dia
pode roubá-la no seguinte.

A outra face da moeda
Vitamina K
Gota a gota...

A noite arrasta-se
passos perdidos
no frio do corredor

Salvam-se vidas
Perdem-se outras
O vermelho vira rosa,
O rosa, a transparente...
Nada...
NADA!

Passos pesados
solitários
Dia a dia
sem deixar rasto na areia,
lavada pelas ondas do mar
que nos envolve
nos embala
nos separa
e nos corre nas veias
de Ilhéus