segunda-feira, 6 de junho de 2011

Bicho



Quando me magoam, viro bicho.

Isolo-me do mundo
Recolho ao silêncio
Viro-me para dentro.

Enrolo-me sobre mim mesma,
sou um bicho de conta.

Em posição fetal,
Aguardo que passe a mágoa,
a tempestade.


A carapaça protege-me da maldade alheia.
Não deixa que me olhem nos olhos
nem que toquem a alma sofrida.

Quieta, enroladinha.
Silêncio.
No meu canto, no meu mundo...
Não me toquem,
Deixem-me estar.
Estou invisível.


Procuro dentro de mim,
a resposta, a solução, a força.


A seu tempo,
Recuperada,
Volto a espreguiçar-me.
De volta ao mundo,
à luta e à conquista.


Foto @ Google

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