retalhos de vida, escritos, pensamentos, fotos, desenhos e pinturas
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Andorinha
Mãe, minha andorinha,
minha ave voadora,
guardadora de sonhos e de esperança debaixo das asas,
do melhor para as suas crias.
Viúva negra te chamaram, porque dessa cor te vestiste por dentro e fora, com a responsabilidade de criar e educar tantos filhos que Deus te deu.
Nunca esqueceste quem te ajudou, quem te amparou, eternamente grata foi essa a herança que nos deixaste.
A quem te prejudicou, te esqueceu e até acusou por teres "tantos" filhos : perdoaste!
Dizendo o que acreditavas e sentias : "perdoa-lhes Pai, que não sabem o que fazem"!
Nunca soubeste dizer não!
E tinhas sempre tempo para todos: a vizinha refilona, para as velhotas ou mais novas cujas dores eram sempre maiores e mais fortes do que as tuas... pois... tu voavas!
Tu sorrias! Nem que fosse com um brilhozinho no olhar...
Tu fazias e acontecias!
Nas palavras cruzadas que fizeste, vingaste a escolaridade que não te permitiram.
Ah! Andorinha, no preto e branco do jornal venceste muito intelectual!
Minha negra Josefina,
Minha adorada Andorinha.
Agora, a vida que mereces e que tanto desejaste:
Voa, voa!
Voa bem alto agora que és livre.
Mas, por favor, volta a cada Primavera que nasce em mim.
P.A. 27/08/2015
à minha mãe sempre!
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1 comentário:
comprei hoje uma andorinha de porcelana em miniatura - chama-se Josefina
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