segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Menina-mãe

Menina feita mulher, brotam filhos do teu ventre.

Ergues muralhas, fronteiras protetoras, escondendo os medos e os perigos.
Vives num mundo limitado pelos prazeres da maternidade.
Temes amar de menos as tuas crias porque trabalhas para pagar as contas,
Roubas tempo ao tempo, só o amor daqueles que pariste, te conforta.

Cresceste antes do verão da tua vida.
Os frutos nascidos na tua primavera são o teu SOL: frutos que deram frutos.
A luz dos teus olhos, a febre dos teus sentidos.
Um novo mundo surgiu.
Largos horizontes.
Brechas de sol: um fogo que te acorda de sonhos agora com cores vibrantes
O cheiro da chuva na terra quente leva-te para tempos de braços em abraços, de afagos e carinhos com cheiro a leite materno.

Menina-mãe, mulher-avó.

Em cada esquina do teu ventre a palavra mãe.
Um mundo de filhos e netos.
Afectos cúmplices sem arrependimentos.

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