De negro vestida tão nova
filhos para criar, alimentar, vestir...
preocupação e esperança no olhar
eras um misto de tristeza, preocupação e amor
Neste dia, um rasgo de alegria pelo reencontro com o mano mais velho, vindo de Africa,
Não te recordo assim, sem rugas
Era uma criança ainda não andava na escola, eras a minha mãe,
a mãe, o pai, a cuidadora,
a que limpava, varria, cozinhava...
Pensava que não dormias,
secavas as roupas com o ferro,
(não havia fartura como hoje nem lojas com roupa e calçado barato)
Nunca faltou comida na mesa nem roupa lavada e passada.
Cantavas enquanto trabalhavas!
Lembro-me das "bonecas de anil"
da roupa branca sacudida na pia
de roupa estendida todos os dias.
Não me lembro de não teres rugas.
Olhava para ti e
só via os teus lindos olhos azuis
o teu sorriso maroto quando contavas uma história
Os olhos brilhantes ora de alegria
ora marejados de lágrimas
que tentavas esconder.
Não te recordo sem rugas...
as rugas multiplicaram-se
e a tua beleza também.
Não te recordo sem rugas.
À minha doce mãe 11-09-1922 / 09-03-2010
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