retalhos de vida, escritos, pensamentos, fotos, desenhos e pinturas
terça-feira, 31 de março de 2020
segunda-feira, 30 de março de 2020
Decimo setimo dia 30 de Março
Estou paralisada
Tentando adiar o presente
Tentando adiar a saudade
Tentando guardar o amor
Mas a vida não pára
Os netos crescem longe dos meus olhos
Dentro do meu coração.
Agora estão todos longe
A ausência não se mede em quilómetros
nem em minutos, nem em horas.
A ausência tem o peso das lágrimas que se chora, dos abraços adiados, dos beijos perdidos, de olhares que não se cruzam.
A vida não pára.
Os dias passam, iguais
Não importa o dia da semana
Se é dia ou se é noite
São horas de acordar ou de jantar?
Os braços pendurados, as mãos vazias de afagos, de afectos adiados...
Até quando?
As pernas frouxas
Cansadas da espera
Quinze dias
e agora? somam-se mais quinze?
O pesadelo anda nas ruas
De mãos dadas com os incautos
Anunciaram a morte aos velhos
Mas ela ronda a porta de todos,
jovens, atletas e até crianças.
Amar é estar distante
É ficar dentro
É fingir que está tudo bem
É sorrir quando se quer chorar
É calar quando se quer gritar
E a vida nao pára,
continua
E eu parada, confinada, isolada.
e dormir?
Até o sono se foi
perdido nestas horas que se somam
atadas umas às outras nos ponteiros do relógio que giram num tique-taque ensurdecer
A vida não pára ...
Por favor parem todos!
Eu quero voltar à monga vida estúpida
e insignificante
Porque o amor não se adia
Porque o presente sem futuro
Já é passado
E o passado não se muda...
Tentando adiar o presente
Tentando adiar a saudade
Tentando guardar o amor
Mas a vida não pára
Os netos crescem longe dos meus olhos
Dentro do meu coração.
Agora estão todos longe
A ausência não se mede em quilómetros
nem em minutos, nem em horas.
A ausência tem o peso das lágrimas que se chora, dos abraços adiados, dos beijos perdidos, de olhares que não se cruzam.
A vida não pára.
Os dias passam, iguais
Não importa o dia da semana
Se é dia ou se é noite
São horas de acordar ou de jantar?
Os braços pendurados, as mãos vazias de afagos, de afectos adiados...
Até quando?
As pernas frouxas
Cansadas da espera
Quinze dias
e agora? somam-se mais quinze?
O pesadelo anda nas ruas
De mãos dadas com os incautos
Anunciaram a morte aos velhos
Mas ela ronda a porta de todos,
jovens, atletas e até crianças.
Amar é estar distante
É ficar dentro
É fingir que está tudo bem
É sorrir quando se quer chorar
É calar quando se quer gritar
E a vida nao pára,
continua
E eu parada, confinada, isolada.
e dormir?
Até o sono se foi
perdido nestas horas que se somam
atadas umas às outras nos ponteiros do relógio que giram num tique-taque ensurdecer
A vida não pára ...
Por favor parem todos!
Eu quero voltar à monga vida estúpida
e insignificante
Porque o amor não se adia
Porque o presente sem futuro
Já é passado
E o passado não se muda...
sábado, 28 de março de 2020
sexta-feira, 27 de março de 2020
Isolada,
atrás de uma vidraça embaciada
ao ritmo da minha respiração,
espreito a vida das varandas plantadas nesta praceta:
Roupa sacudida pelo vento e banhada pelo sol;
Um gato que se espreguiça sonolento;
Um cachorro que ladra para o saco plástico que se passeio no vento;
Cadeiras vazias;
cortinas penduradas e cerradas;
Algumas plantas pintalgadas de flores aqui e ali;
Gente?
Nem miúdos nem graúdos.
A vida decorre entre quatro paredes, desafiando o tédio, a rotina, a imaginação, a paciência e uma ameaça invisível e letal.
Saudade do reboliço, dos gritos das crianças e dos pais no parque no meio desta praça, agora enrolado em fitas vermelhas e brancas que lembram o Natal.
De novo este vento que tantas vezes me amedronta, que sacode as minhas janelas sem piedade e que vergam as plantas que heroicamente resistem na varanda deste terceiro andar.
Este vento que transporta vida, sementes que viajam ao seu sabor
E hão-de poisar nalgum pedaço de pó
Talvez na minha varanda
Ou entre gravetos secos
Há uma brisa de esperança
Um orvalho que alimenta
Há pássaros que poisam na varanda
bem vindos!
É a primavera que acontece
Indiferente à pandemia, à morte que ameaça toda a humanidade,
Um suspiro de esperança
Uma lufada de cor.
P.A. 27 de Março
atrás de uma vidraça embaciada
ao ritmo da minha respiração,
espreito a vida das varandas plantadas nesta praceta:
Roupa sacudida pelo vento e banhada pelo sol;
Um gato que se espreguiça sonolento;
Um cachorro que ladra para o saco plástico que se passeio no vento;
Cadeiras vazias;
cortinas penduradas e cerradas;
Algumas plantas pintalgadas de flores aqui e ali;
Gente?
Nem miúdos nem graúdos.
A vida decorre entre quatro paredes, desafiando o tédio, a rotina, a imaginação, a paciência e uma ameaça invisível e letal.
Saudade do reboliço, dos gritos das crianças e dos pais no parque no meio desta praça, agora enrolado em fitas vermelhas e brancas que lembram o Natal.
De novo este vento que tantas vezes me amedronta, que sacode as minhas janelas sem piedade e que vergam as plantas que heroicamente resistem na varanda deste terceiro andar.
Este vento que transporta vida, sementes que viajam ao seu sabor
E hão-de poisar nalgum pedaço de pó
Talvez na minha varanda
Ou entre gravetos secos
Há uma brisa de esperança
Um orvalho que alimenta
Há pássaros que poisam na varanda
bem vindos!
É a primavera que acontece
Indiferente à pandemia, à morte que ameaça toda a humanidade,
Um suspiro de esperança
Uma lufada de cor.
P.A. 27 de Março
quinta-feira, 26 de março de 2020
Decimo primeiro dia - 24 de Março
A vida continua
Há gente na rua
Deviam estar em casa
Há quem labute nesta névoa de esperança
Para que os doentes se curem
Para que mais ninguém adoeça
Para que haja pão
Para que haja amanhã
Há gente na rua
Deviam estar em casa
Há quem labute nesta névoa de esperança
Para que os doentes se curem
Para que mais ninguém adoeça
Para que haja pão
Para que haja amanhã
Décimo dia 23 de Março
com o aumento de doentes e de mortes
O vírus a afectar-me o estado de espirito
A tomar conta de mim
A ocupar todo o meu ser
A deixar-me de luto
Toda eu sou escuridão
Queria ter sono
Queria dormir
E sonhar este pesadelo
Para que ao acordar tivesse sido
Apenas isso...
Um pesadelo
E não esta angustiante e triste realidade
segunda-feira, 23 de março de 2020
sábado, 21 de março de 2020
quinta-feira, 19 de março de 2020
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