domingo, 3 de julho de 2011

RECOMEÇA de Miguel Torga


Se puderes
sem angústia
e sem pressa.
E os passos que deres
nesse caminho duro
do futuro,
dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
o logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
onde, com lucidez, te reconheças...

Miguel Torga


Nota:
Este poema foi publicado num blogue  que visito com regularidade de uma amiga de um  amigo meu (parece a frase da canção do Roberto Carlos), não a conheço mas admiro-a pelo que escreve e pelas suas escolhas. Não resisti a trazer este para o meu cantinho. Obrigada Silvia.
Ah... a foto é minha,  uma treta em termos fotográficos mas eu que sou tonta... sou assim ... gosto das coisas simples e insignificantes e esta florzinha, de que não sei o nome, chamou-me, tocou-me o coração: curvada, frágil, singela, luta, no chão, no meio das cascas e das folhas, para alcançar o seu espaço, o seu pedaço de sol e de orvalho... a vida.

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